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sábado, 11 de dezembro de 2010

A primeira roda do projeto confirmou algumas expectativas já criadas durante as reuniões, entre elas e no meu ponto de vista a principal, a participação do público em geral e a socialização criada pela música. Pessoas compartilharam das mesmas letras e poesias em forma de samba, cada um trazendo sua história para juntar com a do outro e formar essa união chamada de manifestação cultural, essencial para a vida em sociedade e para a sociabilidade em vida.
Foram bons os momentos desde o início da oficina até o final da roda, foi notável o interesse dos participantes em conhecer e absorver o máximo de informação possível sobre as vivências do grupo e origens do samba, tanto historicamente quanto musicalmente, falando no sentido técnico. Senti uma união nos participantes em relação a essa expectativa, como se o grupo tivesse transmitido sua própria união musical para o público.
Acredito que todas as novas informações passadas ao público despertaram o interesse em continuarem no projeto, principalmente na hora da roda de samba, nela percebi olhares para os músicos na procura de descobrir como se tocava uma música ou outra, olhares para longe como se relembrassem de algo em sua história, como se a música fosse trilha sonora de algum momento do passado, pessoas jovens e mais velhas compartilhando do mesmo sentimento em alguns momentos, como se a música estivesse dizendo a mesma coisa para todo mundo, mas além de tudo isso, uma coisa me chamou a atenção. As pessoas partiam das próprias músicas para conversar entre elas, compartilhavam curiosidades e informações sobre a música, compositor, época da composição, e outras coisas mais que despertaram em mim outra visão da manifestação cultural, as pessoas se sentem livres para manifestar, e no mais grosso modo da palavra, propagar seus conhecimentos culturais para outras pessoas, conhecimentos que sem essas manifestações poderão não se espalhar e aos poucos ir se perdendo no tempo.
O grupo Cupinzeiro mostrou que uma manifestação artística de qualidade é possível com iniciativa, perseverança e vontade que são transformados em ideais com o passar do tempo. Esses méritos alcançados desperta nos estudantes de música idealizações de projetos futuros para a comunidade, criando reflexões sobre a importância das manifestações culturais e apresentações desses projetos, capacitando dentro de cada um esse elo entre cultura e população. 
Particularmente estou aprendendo muito para dar continuidade aos meus ideais em relação à cultura do choro, vários passos estão saindo do papel graças à vivência dentro dessas manifestações, e estou esperançoso em relação ao futuro desses meus ideais, espero poder sempre contar com esse apoio e experiência de vocês.
Apesar de fazer esse comentário, com o perdão da contradição, o caldinho de feijão estava sem comentários.
Estou ansioso para o próximo dia de oficina e roda, querendo coletar mais informações sobre samba, cultura e principalmente como planejar no futuro essas manifestações, para sempre manter a idéia de que cultura em comunidade é essencial na vida do ser humano.

Diego Lima, Licenciatura em Música pela Universidade Federal de São Carlos.

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... o samba não é uma coisa só !